Entre o VISÍVEL E O INVISÍVEl: equilíbrio para a alma. 🖤
O vazio que ninguém vê, mas que tem muito a dizer
O que te falta é enxergar a resposta, porque ela já existe e está disponível para você.
Talita Queiroz
7/29/20253 min read


Por que muitas vezes sentimos esse buraco no peito mesmo quando “temos tudo”? Eu chamo essa fase de a crise existencial da alma moderna.
A frase “vivemos entre a ânsia de ter e o tédio de possuir”, de Arthur Schopenhauer, que se popularizou recentemente na geração atual, reflete a busca da humanidade por uma certa satisfação nas conquistas. Buscam incansavelmente por aquilo que chamam de “novo propósito”, mas, quando finalmente alcançam, vem aquele sentimento de vazio, de que talvez ainda não era isso...
E então, começa uma nova busca, mais uma tentativa de preencher o vazio da alma com mais coisas, mais conquistas, sempre sendo levado pelo que acha que precisa, ou pelo que te pregam que é necessário, mas sem mergulhar profundamente nesse vazio.
Não há problema nenhum em querer mais, em estar trançando novas conquistas — até porque o ser humano é cíclico e precisa disso. Precisa estar sempre renovando suas aspirações, criando, experimentando.
O problema, na verdade, está em duas coisas: A primeira é fazer tudo isso sem o alinhamento com a sua alma, sem descobrir as características da sua essência, do seu eu interior — que é o que dá sentido verdadeiro a todas as suas conquistas. A segunda é que, mesmo quando você descobre o que sua alma realmente quer, muitas vezes falta paciência para viver cada aprendizado do caminho.
Porque, quando você compreende os processos da vida, percebe que cada passo, cada fase, carrega um propósito até você alcançar aquilo que é o seu verdadeiro sentido maior.
Por exemplo: o vazio é um chamado — talvez o primeiro e mais profundo que a sua alma faz para que você preste atenção em como está vivendo. Escutar esse vazio e tudo o que ele tem a dizer é uma etapa essencial da sua jornada.
O chamado do vazio normalmente aparece na sua vida em forma de perguntas como: Qual é o sentido da vida? O que eu estou fazendo da minha vida? O que faz sentido para mim? O que me falta? O que eu tenho que fazer para ficar bem? O que eu preciso para ficar feliz? Qual caminho seguir? O que eu faço agora? Essas perguntas, que parecem surgir do nada, são na verdade sussurros da sua alma pedindo para ser ouvida.
Como essas são perguntas que não têm respostas objetivas ou exatas — e como também não somos ensinados a pensar ou refletir sobre essas “coisas não tão importantes” — acabamos passando por cima delas. Atropelamos essas inquietações e as empurramos lá para o inconsciente, voltando para a rotina “normal” sem realmente buscar por respostas.
Mas deixa eu te contar uma coisa: Você já acessou essas respostas pelo menos uma vez na vida.
Só que, por circunstâncias adversas — como uma situação financeira urgente, uma instabilidade familiar ou até mesmo pelas pressões do tempo, da sociedade ou da sua família — você pode ter silenciado essas respostas. Pode ter dito a si mesma que elas não eram tão importantes quanto o momento atual.
Mas sentir esse vazio não significa que você esteja quebrada. Significa que você está recebendo um chamado da alma. Você possui uma alma profunda e intensa, que pede por cuidado personalizado — por atenção verdadeira. Ela precisa ser alimentada com aquilo que faz sentido para o seu eu mais autêntico, mesmo que isso vá na contramão de muitos padrões impostos.
Mas se você analisar bem… embora não seja nada fácil sentir o vazio — especialmente se você for uma daquelas pessoas sedentas por viver tudo intensamente — ele não é algo tão ruim assim.
O vazio, quando olhado de uma perspectiva mais expandida, pode ser visto como um terreno fértil para mudanças infinitas. Ele pode representar espaços abertos na sua vida, prontos para serem preenchidos com novas possibilidades. Com qualquer coisa que você deseje. Com tudo aquilo que faz seu coração vibrar.
Descobrir onde está o vazio — e o que pode preenchê-lo de maneira verdadeira — é o primeiro passo para sair dele. Porque o vazio, no fundo, é só um lembrete de que ainda existe algo precioso a ser encontrado dentro de você. E para isso, é necessário fazer um mergulho profundo em si, se autoobservar, se conhecer de verdade.
Quando você sentir esse vazio de novo, lembre-se que é uma oportunidade para ressignificar a sua vida. O vazio não é o fim, ele pode ser o seu novo começo. É hora de realinhar a rota.
Você não está quebrada. Você está sendo reconstruída com partes mais verdadeiras de si mesma.
